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SIMPÓSIO TEMÁTICO 5

 

A SEMIOLINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA

 

Coordenadoras: 

Profa. Dra. Glayci Kelli Reis da Silva Xavier (UFF), Profa. Dra. Ilana da Silva Rebello (UFF) e

Profa. Dra. Nadja Pattresi (UFF)

Link do Google Meet: https://meet.google.com/hap-wekt-iuz

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Este simpósio temático tem como objetivo problematizar o ato de ler como processo de construção de sentido, efetivado por meio de inferências interpretativas, nos dois espaços - do FAZER e do DIZER, por um sujeito interpretante. A necessidade dessa problematização origina-se, principalmente, no fato de que, independentemente do grau de escolarização, muitos brasileiros apresentam dificuldades em interpretar o que leem. Nem sempre conseguem relacionar texto e contexto, fazendo inferências a fim de alcançarem o sentido global do texto. Saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas decodificar o signo escrito, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos. Diante disso, qual a proposta pedagógica da área de Língua Portuguesa para a Educação Básica? Como trabalhar com conteúdos gramaticais relacionando-os à leitura? Como levar o aluno a ultrapassar o “sentido de língua” e chegar ao “sentido de discurso”? (Charaudeau, 1995, 1999, 2018) Como tornar o ensino de leitura/compreensão em produção de sentidos? Para uma reflexão sobre as questões expostas, este simpósio acolherá trabalhos que discutam práticas de linguagem à luz de conceitos postulados, sobretudo, pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, fundada por Patrick Charaudeau.

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ARGUMENTAÇÃO E ENSINO DE LÍNGUA: ANÁLISE SEMIOLINGUÍSTICA DE TEXTOS SOBRE A PRIVATIZAÇÃO

 

Glayci Xavier (Doutora – Profª UFF)

glaycikelli@id.uff.br

Ilana Rebello (Doutora – Profª UFF)

ilanarebello@id.uff.br

Nadja Pattresi (Doutora - UFF)

nadja_pattresi@id.uff.br

 

Muito se discute sobre a importância de o professor levar para a sala de aula temas atuais, a fim de possibilitar a formação de alunos mais críticos e participativos na sociedade. No entanto, como desenvolver um trabalho produtivo com textos em sala de aula? Quais desafios para quem tem o texto como objeto de ensino na contemporaneidade? A partir dessas reflexões/inquietações, com apoio principalmente nos pressupostos teóricos da Semiolinguística de Análise do Discurso, de Charaudeau, o trabalho em tela tem por objetivo analisar a construção argumentativa e os imaginários sociodiscursivos em tira do Armandinho e em um texto jornalístico sobre o tema da privatização. Por meio da análise da construção dos argumentos e contra-argumentos e dos imaginários sociodiscursivos que engendram os discursos favoráveis ou contrários à privatização, com este trabalho, espera-se, assim, contribuir com o ensino da compreensão da significação indireta (CHARAUDEAU, 2018) e, por consequência, com a formação de leitores críticos.

 

Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; imaginários sociodiscursivos; privatização; ensino.

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REFLEXÕES E CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA SEMIOLINGUÍSTICA NO ENSINO DE LEITURA: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA A PARTIR DOS GÊNEROS CHARGE E NOTÍCIA

 

Gisele Arruda Eckhardt (Doutoranda – UFF)

giseleeckhardt@hotmail.com

Douglas do Carmo Araújo (Doutorando – UFF)

douglasaraujo_20@hotmail.com

 

Este trabalho apresenta uma proposta de ensino de leitura a partir dos gêneros notícia e charge que abordam a temática do racismo para turmas do 9º ano do ensino Fundamental da educação básica. Tendo como escopo a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, sobretudo, os pressupostos que abarcam o processo de semiotização do mundo, sujeitos da linguagem e os processos de leitura. Sendo assim, este trabalho contribui para o ensino, visto que traz como proposta de leitura textos que fazem parte da vivência do aprendiz, de modo a fazê-los identificar nos gêneros trabalhados, não só elementos aleatórios de enunciados vinculados a uma gramática, mas a partir da contextualização, sua unidade significativa global, ou seja, sua compreensão. Cumpre ainda acrescentar que através da discussão de um tema tão urgente nos dias atuais, o racismo, a partir da abordagem proposta, buscamos combatê-lo e contribuir para a promoção dos direitos humanos nas aulas de Língua Portuguesa, em uma perspectiva de letramento que ultrapasse os muros da escola.

 

Palavras-chave: Semiolinguística; leitura; racismo.

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 “TÁ PASSADAH?” – MEMES E ENSINO ANTIRRACISTA: DIÁLOGOS POSSÍVEIS

 

Janayna Rocha da Silva (Doutoranda – UFF)

rochajanayna1412@gmail.com

Vívian Lúcia Xavier Pereira (Doutoranda – UFF)

vv.lxavier@gmail.com

 

As Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 marcaram as implementações dos estudos da história e cultura afro-brasileira e indígena, como obrigatórios, no ensino fundamental e médio, nos sistemas públicos e privados. Desde o mesmo período, as metodologias aplicadas em sala de aula vêm sofrendo transformações, em decorrência da ascensão das tecnologias digitais. As práticas de ensino contam, cada vez mais, com a inserção de textos multissemióticos, a fim de caminharem paralelamente com o letramento digital. “Ser letrado hoje não é garantia que seremos letrados amanhã” (Coscarelli, 2016), assim, com objetivo de desenvolver o ensino antirracista de forma dinâmica e atraente, o corpus delimitado sustenta-se em memes que revelam a importância e a necessidade do ensino antirracista dentro e fora das telas. À vista disso, pela perspectiva da Linguística Textual coadunada com a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, a abordagem será motivada pelos entendimentos de Koch (2015), relacionados ao conceito de hipertexto; articulação linguística em ambiente virtual, a partir da concepção de Santaella (2009), associados aos moldes da argumentação postulados por Charaudeau (2016), Koch e Elias (2018) e Fiorin (2018), buscando apontar que a não determinação de espaço, a multilinearização e a multissequenciação, embora sejam virtuais, são superfícies não táteis que fazem parte da realidade do ensino.

 

Palavras-chave: memes; ensino antirracista; argumentação; hipertexto.

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A FLUÊNCIA LEITORA DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA

 

Cícero Seneilton Felipe Dias (Especialista - FAEL - FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA)

seneiltonfdias@gmail.com

 

A sociedade de modo geral vem atravessando um problema gigantesco o qual tem abalado a estrutura da escola, dos pais e dos alunos. E nesse momento faz-se necessário refletir sobre a importância da leitura na vida dos educandos que estão iniciando o Ensino Fundamental de maneira remota. O objetivo principal deste trabalho é fazer uma reflexão sobre o ensino da leitura no ensino remoto e buscar estratégias para que a leitura seja consolidada na idade certa. Percebe-se que a relação entre família e escola é indispensável para o bom andamento da aprendizagem dos educandos, pois assim afirma Silva 2009, p.1) “as relações em forma de parceria entre família e escola só tem a contribuir para o desenvolvimento do aluno”. Ainda sobre a parceria dos pais com os professores, Libâneo (1998, p. 29) afirma que o professor intervém a relação ativa do aluno com a matéria, com os conteúdos. E de acordo com Tiba (2002, p. 183) “Se a parceria entre família e escola for formada desde os primeiros passos da criança, todos terão muito a lucrar”. Nessa perspectiva o acompanhamento da vida escolar do indivíduo deve acontecer desde o início de sua vida estudantil. Em um diálogo feito pelo google meet com 5 famílias que têm filhos matriculados nos anos iniciais do Ensino Fundamental, uma respondeu que o filho está lendo pequenas palavras e quatro afirmaram que os filhos leem apenas as letras ou algumas sílabas. Contudo percebemos um atraso na aprendizagem dessas crianças. São vários motivos que sinalizam essa dificuldade apresentada na leitura. Entre elas pode-se citar as mais comentadas no momento. A falta de internet, de ferramentas tecnológicas de qualidade e de acompanhamento dos pais. Deste modo, nota-se que a presença do professor se torna indispensável na vida dos estudantes, pois a aprendizagem vai acontecendo na vida dos indivíduos por meio do diálogo e dos conflitos gerados pela convivência no ambiente escolar. Neste pensamento, . (MARTINS, 1990, p. 33) afirma que: A leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido, seja escrito sonoro, seja um gesto, uma imagem, um acontecimento. Esse diálogo é referenciado por um tempo e um espaço, uma situação: desenvolvido de acordo com os desafios e as respostas que o objeto apresenta, em função do prazer das descobertas e do reconhecimento de vivências do leitor.

 

Palavras-chave: leitura; ensino fundamental; aprendizagem.

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MUNDO A SIGNIFICAR E MUNDO SIGNIFICADO: UM OLHAR DA SEMIOLINGUÍSTICA SOBRE AS TIRINHAS DE ARMANDINHO

 

Amanda Heiderich Marchon (Doutora – Profª Universidade Federal do Espírito Santo)

amandahch.letras@gmail.com

Welton Pereira e Silva (Doutor – Prof. Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul)

weltonp.silva@hotmail.com

 

Neste trabalho, procuraremos tecer considerações sobre a forma como a relação entre diferentes semioses em textos argumentativos é fator crucial para que os efeitos de discurso sejam efetivamente compreendidos pelo leitor. Para isso, partiremos da noção de semiotização, que se fundamenta sobre o processo de transformação do mundo a significar a mundo significado e sobre o processo de transação na troca linguageira, e da noção de modo argumentativo de organização do discurso, que autoriza a construção de explicações sobre asserções acerca do mundo em uma dupla perspectiva de razão demonstrativa e de razão persuasiva, propostos por Charaudeau (2009). Tomando por base, portanto, a Teoria Semiolinguística do Discurso, postulados da Gramática do Design Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 1996) e o conceito de argumentação multimodal (SILVA, MARCHON, 2021), cotejamos, do perfil @tirinhadearmandinho, na rede social Instagram, tiras que versam sobre fatos noticiados pela imprensa brasileira em 2021. Levando em conta que esse gênero pertencente ao domínio midiático é amplamente empregado no ensino de língua materna e que, com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ampliou-se o eixo de análise linguística para a análise linguística/semiótica (BRASIL, 2017), recomendando o trabalho com o despertar do senso crítico nos alunos do ensino fundamental e médio, este trabalho apresenta-se como uma contribuição ao ensino da leitura em uma perspectiva semiolinguística.

 

Palavras-chave: argumentação; multimodalidade; gênero tirinha.

 

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ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: ARGUMENTAÇÃO, PRODUÇÃO TEXTUAL E INTERTEXTUALIDADE EM UMA ABORDAGEM SEMIOLINGUÍSTICA

 

Ana Paula Oliveira Macri Rodrigues (Mestranda – UERJ)

anapaulamacri@gmail.com

 

A partir da teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau, Xavier e Silva (2020) afirmam que a compreensão de um texto articula dois níveis de sentido – língua e discurso. O explícito ou a superfície textual e sua relação com o contexto conduzem aos implícitos. Para o decursos dessas inferências, contribuem as experiências, os saberes e a sensibilidade do leitor. Neste trabalho propõe-se duas atividades voltadas para o ensino de língua portuguesa no nível médio, visando favorecer a observação da situação e das circunstâncias em que algo é dito, bem como da identificação dos níveis de construção de sentido dos textos. Com a primeira questão formulada, espera-se que alunos reconheçam um texto disseminado nas redes sociais, como WhastApp, por pessoas que se inserem em determinado grupo social – defensores do governo Bolsonaro –, identificando estratégias discursivas típicas da Fake News. Na segunda proposição, apresenta-se aos estudantes material extraído de uma página no Facebook intitulada “TAG - Experiências Literárias”. Trata-se de um desafio de escrita de micro conto de terror, por ocasião do dia 31 de outubro, em alusão ao Dia das Bruxas ou Halloween. Surpreendentemente, o comentário que alcançou maior popularidade era matizado de humor. Importante considerar, a partir desse exemplo, que a ausência de dados contextuais e/ou de vivências específicas compromete significativamente a compreensão desse texto. Finalmente, ambas as atividades permitem, ainda: a) ampliar o repertório dos estudantes do ensino médio ao explorar fatos recentes que contribuem para a leitura do seu mundo; b) aprimorar a competência de produção textual, principalmente a partir da observação de alguns elementos da argumentação; c) abordar o conceito de intertextualidade e os processos nele envolvidos.

 

Palavras-chave: argumentação; ensino de língua portuguesa; intertextualidade; produção textual; semiolinguística.

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MULHER-MARAVILHA POR DUAS PERSPECTIVAS: UMA ANÁLISE SEMIOLINGUÍSTICA DOS IMAGINÁRIOS SOCIODISCURSIVOS ACIONADOS

 

Lucas de Souza Mathias (Mestrando – UFF)

lucass_mathias@hotmail.com

 

O presente artigo tem como objetivo fazer uma análise comparativa, à luz da Semiolinguística, dos imaginários sociodiscursivos acionados na criação da personagem da história em quadrinhos Mulher- Maravilha. Para isso, serão analisadas a HQ All Star Comics, nº 08 (1941), na qual se dá a primeira aparição da personagem, e o filme Mulher- Maravilha – Filme (2017). Dessa forma, pretende-se compreender como as diferenças entre os autores podem influenciar na criação da personagem evocando diferentes imaginários, já que o autor Willian Marston, cria a personagem em 1940, enquanto Patty Jenkins, recria a personagem em 2015. Desse modo, a metodologia empregada consiste em uma análise comparativa não só dos autores, mas também de excertos das obras, no fito de perceber quais imaginários sociodiscursivos são mantidos, quais são atualizados e quais são confrontados de um texto para outro. Por fim, sucederá a análise do corpus, chegando aos resultados finais. Com base nessa, pode-se inferir que as diferenças entre os autores como: a de gênero, a mudança temporal e a ascensão do movimento feminista são as principais divergências que vão interferir nos acionamentos de certos imaginários, como a dependência da mulher ao homem e a superioridade Masculina.

 

Palavras-chave: Mulher Maravilha; Semiolinguística; imaginários sociodiscursivos.

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