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SIMPÓSIO TEMÁTICO 1

 

ENSINO PRODUTIVO DE GRAMÁTICA

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Coordenador: Prof. Dr. Monclar Guimarães Lopes (UFF)

Link do Google Meet: https://meet.google.com/cpg-cmrq-ujq

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O presente simpósio tem como objetivo abrigar trabalhos que visem ao tratamento produtivo da gramática, por meio de atividades de viés epilinguístico, isto é, que tenham como fim o desenvolvimento da competência discursiva do educando, conforme orientam os documentos educacionais oficiais (cf. PCN de Língua Portuguesa, 1998; BNCC, 2018). Entendemos que a gramática é um instrumento a serviço da comunicação – e não um fim em si mesmo –, na medida em que possibilita aos falantes formas mais eficientes de atingir seus objetivos comunicativos nas diferentes situações de comunicação. Logo, para esta sessão, aceitam-se trabalhos voltados para diferentes aspectos estruturais da língua – fonológicos e morfossintáticos – com vistas a um tratamento contextual da gramática.

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CONTRIBUIÇÕES DO FUNCIONALISMO LINGUÍSTICO PARA A DESCRIÇÃO DE CONECTORES EMERGENTES DO PORTUGUÊS

 

Monclar Guimarães Lopes (Doutor - UFF)

monclarlopes@id.uff.br

 

Nos estudos linguísticos, é comum a distinção das palavras em duas macrocategorias: de um lado, temos o léxico, uma classe aberta e produtiva, constituída de palavras de função referencial (como substantivos, adjetivos e verbos); de outro, temos a gramática, uma classe fechada, constituída de palavras de função procedural (como preposições e conjunções), aparentemente refratária à entrada de novos elementos. É importante ressaltar que, embora este último grupo não tenha a mesma produtividade do primeiro, ele não é improdutivo, haja vista que progressivamente novos conectores emergem nos diferentes sistemas linguísticos. A principal diferença entre léxico e gramática, no que tange à entrada de novos elementos, está nos mecanismos cognitivos que atuam nesse processo: enquanto elementos do léxico podem ser criados instantaneamente na língua por meio do emprego de regras analógicas, os elementos da gramática  são, via de regra, o resultado de um longo processo diacrônico de mudança, em que palavras de função lexical sofrem uma série de alterações no plano da forma e do significado e, como consequência, passam a exercer uma função de natureza mais gramatical na língua. Neste trabalho, buscamos mostrar, com base nos pressupostos e nas categorias analíticas da Linguística Funcional Centrada no Uso, como se dá a (re)categorização de grande parte dos conectores complexos (formados por mais de um elemento) no português. Como ilustração, selecionamos, para esta apresentação, dados do conector contrastivo [acontece que] e do conector aditivo [sem Vdicendi que].

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Palavras-chave: conectores complexos; gramática emergente; funcionalismo linguístico.

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O ESTRUTURALISMO EM SEUS PÓS-PRINCÍPIOS E PARÂMETROS INTERNACIONAIS A NACIONAIS: DO TERMO À FORMA USUAL AOS ESTUDOS NACIONALIZADOS

 

Marcos da Silva Ramos (Mestrando – UFPB)

msr2@academico.ufpb.br

 

Esta apresentação se volta para o fato de que, quanto ao que se refere a toda revolução científica, toda orientação teórica inovadora parte de um pequeno conjunto de metáforas que produzem um modo novo de enfocar os fatos a serem explicados; igualmente, maior revolução há de ser comparada com a daquela relacionada ao Estudo estrutural das Línguas: segundo menção de Joaquim Mattoso Câmara Jr., tendo as considerações de Joseph Hrabák, que servem de epígrafe a uma “Antologia de Trabalhos do Círculo Linguístico de Praga”, organizada por Paul Garvin, quanto ao “[...] estruturalismo não é um a teoria nem um método; é um ponto de vista epistemológico. Parte da observação de que todo conceito num dado sistema é determinado por todos os outros conceitos do mesmo sistema, e nada significa por si próprio. Só se torna inequívoco, quando integrado no sistema, na estrutura de que faz parte e onde tem um lugar definido. A obra científica do estruturalismo é, portanto, uma síntese da visão romântica — cuja base cognitiva é a dedução a partir de um sistema filosófico que classifica e avalia os fatos a posteriori, e a posição empírica do positivismo — que, ao contrário, constrói a sua filosofia a partir dos fatos que comprovou pela experiência. Para o estruturalista, há um a inter-relação entre os dados, ou fatos, e os pressupostos filosóficos, em vez de uma dependência unilateral. Daí se segue que não se trata de buscar um método exclusivo, que seja o único correto, mas que, ao contrário, ‘o material novo importa em regra numa mudança de procedimento científico’ [...]. (CÂMARA Jr., 1967, p. 43); desta feita, é necessário ser entendido que a contribuição que o Estruturalismo deixa no ensino, refere-se à Pedagogia da Língua materna, sendo ensinada pela Escola: desfazendo-a para o povo, os veículos de comunicação, e Escritores.

 

Palavras-chave: Estruturalismo; princípios; parâmetros; forma; estudos.

 

 

 

PROGRAMA DE TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO PROFISSIONAL: UMA ABORDAGEM DA GRAMÁTICA COMPARADA - ANÁLISE PRETRADUTÓRIA

 

Oscar Xavier Meléndez Robles (Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas – Especializando)

pctromel@upc.edu.pe

 

O trabalho relata o uso da Gramática Comparada como recurso do estudante de tradução no que se refere à análise textual pretradutória de textos informativos em português para identificar os problemas e dificuldades nos mesmos e determinar as possíveis soluções e/ou estratégias para enfrentá-los, dentro da disciplinas de Tradução Português-Espanhol I e II do programa de tradução e interpretação profissional da Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas em Lima, Peru. Partimos da noção de que existe a necessidade de realizar uma análise adequada do texto a ser traduzido para lograr uma compreensão ampla e profunda do texto, explicar as estruturas linguístico-textuais da língua base, determinar a função de cada elemento textual no contexto da situação comunicativa e providenciar uma base ao tradutor sobre as decisões que tomará na hora de traduzir o texto (C. Nord, 2012). Nessa perspectiva, ressaltamos a importância do desenvolvimento da competência tradutória: subcompetência bilingüe, especificamente, relacionada à compreensão da língua base e sua produção na língua meta (Grupo PACTE, 2001). Além disso, destacamos o fato de que o português e o espanhol, apesar de serem línguas próximas, elas apresentam uma assimetria inversa (Gonzáles, 1994), isto é, são idiomas superficialmente semelhantes, mas com diferenças importantes no fundo. Com base nisso, foram selecionados textos para que os estudantes possam identificar e destacar estruturas na língua base (português) que representem potenciais problemas sintáticos e que mereçam ser analisadas e contrastadas com as normas linguísticas da língua meta (espanhol) antes de produzir uma versão final traduzida do texto. Para a consecução de nossos objetivos, como procedimento metodológico, utilizamo-nos de seleção de textos pertencentes a gêneros textuais relacionados à divulgação de informação, registro das análises realizadas pelos alunos dos cursos de tradução e as versões finais dos textos produzidos por eles na língua meta.

 

Palavras-chave: Gramática Comparada; Didática da Tradução; Português do Brasil; Espanhol

 

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UMA PROPOSTA DE APLICATIVO PARA ENSINAR VÍRGULA NO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

Aline Verginia dos Santos (Mestre – UFRJ)

alineverginia30@gmail.com

 

Este trabalho tem por objetivo geral propor atividades pedagógicas em um aplicativo idealizado por mim, intitulado Vai uma vírgula aí?, desenvolvido para ajudar alunos do 5º ano do Ensino Fundamental a empregarem a vírgula em português. A justificativa para a criação desse aplicativo se baseia na dificuldade que meus alunos geralmente apresentam com o uso da vírgula, o que vem ocorrendo desde que me formei como professora de Língua Portuguesa. O referido aplicativo oferece um conjunto de atividades pedagógicas que elaborei para a minha turma de 5º ano do Ensino Fundamental em uma escola da Rede Municipal de Nova Iguaçu. O aplicativo foi concebido com base no conceito de gamificação e de metodologias ativas. Vai uma vírgula aí? foi desenvolvido de modo a atender diversos estudantes brasileiros, especialmente os que cursam o 5º ano do Ensino Fundamental, tendo sido elaborado para aqueles inseridos no contexto da educação pública do país. O público-alvo considerado vai ao encontro da minha experiência como professora de Língua Portuguesa da rede pública de ensino ao longo dos últimos seis anos. O estudo tem como principais referenciais teóricos Rojo (2013), Pilati (2017) e Kalantzis e Cope (2006).

 

Palavras-chave: ensino de Língua Portuguesa; tecnologias digitais; novos multiletramentos; gamificação; aplicativo.

 

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REPENSANDO AS CATEGORIAS DE COMPLEMENTO E ADJUNTO: UMA PROPOSTA REFLEXIVA

 

Ana Luiza de Oliveira Melo (Graduanda – UFMG)

oliveirameloanaluiza@gmail.com

Carolina Norberto da Silveira (Graduando – UFMG)

Camila Pinheiro (Graduanda – UFMG)

 

O ensino de português (língua materna) é cercado de problemas estruturais. Alguns autores, como Travaglia (2009), identificam no ensino de gramática uma das raízes desses problemas. Concordamos que a perspectiva normativa que permeia o ensino de gramática é central ao encarar esse problema, contudo, não acreditamos que banir a gramática ou trabalhá-la apenas no texto seja a solução. Na esteira de autores como Borges Neto (2013) e Pilati (2017), acreditamos que o desenvolvimento do conhecimento linguístico deva ser encarado sob uma perspectiva científica. O aluno seria, portanto, um linguista na sala de aula, observando e sistematizando suas próprias descobertas, evidenciando as relações entre os elementos do sistema linguístico e seu conhecimento gramatical inato. Tal perspectiva pode ser reforçada pelos avanços obtidos com as pesquisas linguísticas. Portanto, acreditamos ser importante pensarmos no caminho que o conhecimento linguístico percorre desde a academia até a sala de aula. Sob a orientação da professora Mayara Nicolau de Paula, nos embasamos na teoria da transposição didática de Chevallard (1991) para pensarmos na relação entre os saberes produzidos cientificamente pela academia e nos processos pelos quais eles passam até se transformarem no conhecimento linguístico que temos efetivamente na sala de aula Buscamos, com isso, propor um ensino de língua materna voltado para a reflexão crítica. Tomando como referência os diferentes níveis do saber linguístico e como eles se apresentam na sala de aula, este trabalho se concentra em apresentar algumas atividades epilinguísticas que permitam que os alunos reflitam sobre um ponto central: relações de predicação e estrutura argumental de verbos e nomes. Essa reflexão tem como objetivo introduzir o debate sobre as categorias de complemento e adjunto, visando uma distinção entre complemento nominal e adjunto adnominal que parta do conhecimento internalizado do aluno e não de uma simples memorização.

 

Palavras-chave: gramática; língua materna; ensino básico; transposição didática.

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