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SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 1 

AVISO IMPORTANTE: Esta sessão terá início às 15h.

Mediador: Prof. Dr. Ivo da Costa do Rosário (UFF)

Link do Google Meetmeet.google.com/ash-bpou-upp

GRADIÊNCIA NOS USOS DE CONECTORES: PESQUISA E ENSINO

Ivo da Costa do Rosário (UFF)

rosario.ivo3@gmail.com

 

O trabalho tem como objetivo geral apresentar a gradiência observada em conectores pertencentes à rede [X de]conect do português. A pesquisa está assentada em uma análise sincrônica, à luz da Linguística Funcional Centrada no Uso (cf. FURTADO DA CUNHA; BISPO; SILVA, 2013; ROSÁRIO; OLIVEIRA, 2016), que se caracteriza como um desdobramento do Funcionalismo de vertente-norte americana em interação com pressupostos construcionistas e cognitivistas. Sob essa perspectiva, os conectores são analisados como pareamentos de forma (com propriedades fonológicas, morfológicas e sintáticas) e de significado (com propriedades semânticas, pragmáticas e discursivo-funcionais), nos termos de Goldberg (1995, 2003) e Croft (2001). Os elementos gramaticais formados por advérbio + preposição de, como é o caso de [perto de], comumente são descritos como locuções prepositivas (BECHARA, 1999) nas obras tradicionais. Em geral, nessas obras normativistas, esses elementos gramaticais contam com uma lacônica descrição em que se destaca seu papel de conectar apenas palavras ou sintagmas. Resultados parciais comprovam, contudo, que esses conectores podem distanciar-se dos seus usos prepositivos canônicos e passar a figurar no domínio da conexão interoracional, sendo marcados por inferências sugeridas e pressões de ordem pragmática. Assim, é possível atestar diferentes graus de gradiência no que tange a esses elementos gramaticais, o que se dá por meio do mecanismo de expansão contextual (cf. HIMMELMANN, 2004). A metodologia de pesquisa prevê um estudo de corpora de língua escrita, sob o viés tanto quantitativo quanto qualitativo (cf. LACERDA, 2016), com ênfase nesta última modalidade. Os resultados teóricos dessa investigação têm a capacidade de iluminar o processo de ensino de língua portuguesa.

 

Palavras-chave: construção; conector; perto de.

A CONSTRUÇÃO CAUSAL 'POR CONTA DE X' NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: UMA ANÁLISE FUNCIONAL CENTRADA NO USO

 

Bruno Araujo de Oliveira (UFF)

bruno.linguistica@gmail.com

Ivo da Costa do Rosário (UFF)

rosario.ivo3@gmail.com

 

Este trabalho tem como objetivo central investigar as propriedades de uso da construção causal “por conta de X” no português brasileiro à luz da Linguística Funcional Centrada no Uso. A partir de uma amostra de dados provenientes de textos publicados em portais de notícias brasileiros no período entre 2012 e 2019, analisam-se aspectos relacionados ao polo da forma e ao polo do significado da construção. Os resultados evidenciaram a existência de duas microconstruções causais especificadas por “por conta de” – uma de natureza intraoracional (com o sintagma preposicional “por conta de SN”) e outra de natureza interoracional (em que “por conta de” desempenha papel de conector oracional). Admite-se a hipótese de que o conector “por conta de”, vinculado à rede [X de]CONECT, tenha surgido como resultado de expansão contextual a partir do SPrep causal “por conta de SN”, que, por sua vez, teria sua origem na construção homônima “por conta de SN” veiculadora do significado de “sob responsabilidade de”. Para discutir essa hipótese, examinou-se um corpus diacrônico com textos representativos de cada período da história do português, ou seja, do século XIII ao século XXI. A análise dos dados sincrônicos da construção causal com “por conta de SN” revelou diversas características de uso similares aos da construção causal com “por causa de SN”, evidenciando a variação entre essas construções. Dentre as propriedades convergentes, destaca-se a forte associação com o domínio do conteúdo, indicando especialização funcional no domínio da causalidade. A análise evidenciou, também, uma tendência de uso divergente entre esses SPrep causais em relação ao estatuto informacional do SN: os resultados apontaram a propensão de “por conta de SN” para veicular informação dada/velha ou inferível do discurso, tendência diferente da observada no uso de “por causa de SN”, o que sugere que essas construções estão desempenhando papéis diferentes na língua.

 

Palavras-chave: construção causal; sintagma preposicional; conector causal.

 

A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS: UMA ANÁLISE LINGUÍSTICO-DISCURSIVA PARA A CONSTRUÇÃO DE UM ROTEIRO MIDIÁTICO

 

Luciana da Silva Gomes (UFF)

lucianasgomes@terra.com.br

Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declara oficialmente a pandemia do novo coronavírus. Por representar um perigo eminente para a sociedade e por estarmos expostos ao bombardeio diário de informações sobre o tema pela mídia, a presente pesquisa investiga de que maneira a construção de sentido referente ao tema da pandemia do novo coronavírus é produzida nas capas de um jornal popular, de enorme circulação no Estado do Rio de Janeiro - o Extra. Para tanto, a fim de mapearmos a construção de sentido projetada, debruçamo-nos atentamente sobre as construções linguístico-discursivas, em perspectiva microtextual, que delineiam os textos analisados. Em uma perspectiva macrotextual, almejamos de modo específico flagrar a produção de sentido no âmbito de um roteiro narrativo, construído entre as diferentes capas do referido jornal no ano de 2020. Fundamentados essencialmente na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, concebida pelo professor Patrick Charaudeau, procuramos examinar capas do Extra pautados nos níveis de construção do sentido - do situacional (contrato comunicativo do discurso midiático), passando pelo discursivo (modo de organização narrativo) até o semiolinguístico (operações de nomeação, qualificação, quantificação, ação e causação). Por meio de uma orientação metodológica de cunho qualitativo, esta apresentação se pautará no exame de uma capa do jornal selecionado. Os resultados do estudo evidenciam que as roteirizações narrativas construídas por meio do discurso midiático, no jornal em tela, ancoradas em diversos recursos linguístico-discursivos, apontam para um imaginário sociodiscursivo de esvaziamento quanto à importância dada pela sociedade à pandemia em relação às orientações fornecidas pela Ciência. Com apoio nas evidências alcançadas, esta pesquisa pretende contribuir para uma reflexão acerca dos discursos que circulam socialmente acerca da pandemia do novo coronavírus no Brasil, visto que, frequentemente, orientam a forma de os sujeitos se posicionarem no mundo no contexto de sua (sobre)vivência.

 

Palavras-chave: Semiolinguística; modo de organização narrativo; construção linguístico-discursiva; capa de jornal.

MULHER-MARAVILHA, ÍCONE FEMINISTA: UMA ANÁLISE DOS IMAGINÁRIOS SOCIODISCURSIVOS

 

Lucas de Souza Mathias (UFF)

lucass_mathias@hotmail.com

Esta apresentação tem como objetivo fazer uma análise comparativa, à luz da Semiolinguística, dos imaginários sociodiscursivos acionados na criação da personagem Mulher-Maravilha dos quadrinhos e do cinema, em duas materialidades distantes quanto ao momento de sua produção: a HQ All Star Comics, nº 08 (1941), de Willian Marston, na qual se dá a primeira aparição da personagem, e o filme Mulher-Maravilha (2017), de Patty Jenkins. Dessa forma, pretende-se compreender como as diferenças entre os imaginários de cada época podem influenciar na configuração da protagonista. A metodologia empregada consiste em uma análise comparativa qualitativa de excertos das obras, fundamentada, principalmente, pela Teoria Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau, mas também pelas Teorias Feministas, no fito de perceber quais imaginários sociodiscursivos são mantidos, quais são atualizados e quais são confrontados de um texto para outro. Com base nos elementos analisados, pode-se investigar que diferenças como épocas de produção, perfis dos autores e a atuação do movimento feminista levam às mudanças dos imaginários sociodiscursivos ao longo do tempo, sobretudo os imaginários acerca da posição da mulher na sociedade, dependência da mulher ao homem e da (não) superioridade masculina, combatidos pelo movimento feminista e que são evidenciados no filme.

 

Palavras-chave: Mulher-Maravilha; Semiolinguística; imaginários sociodiscursivos.

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