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SESSÃO 3

Professor Coordenador: Elaine Melo (UFF)

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EXPRESSÕES DE FUTURIDADE EM LÍNGUA PORTUGUESA: DESCRIÇÃO E ENSINO

Lívia Ferreira Alves da Silva (Mestranda - UFRJ / PROFLETRAS)

 

O presente trabalho – orientado por Silvia Viera Rodrigues no âmbito do Mestrado Profissional em Letra / PROFLETRAS – objetiva proceder ao levantamento de expressões de futuridade verbal empregadas por alunos da rede pública e elaborar uma unidade didática que abarque tais estratégias,mais especificamente a forma sintética (comprarei) e a perifrástica ir (presente) + infinitivo (vou comprar), a partir dos três eixos de ensino de Gramática (VIEIRA, 2017), quais sejam: (i) ensino de gramática como atividade reflexiva, por meio de atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas (FRANCHI, 2006), (ii) ensino de gramática como recurso para construção de sentidos (NEVES, 2006; PAULIUKONIS, 2007), (iii) ensino de gramática para abordagem da variação linguística e da norma-padrão (VIEIRA, 2013; BORTONI-RICARDO, 2004; GÖRSKI, FREITAG,2013). Para realizar a investigação, foi empreendida, primeiramente, uma incursão sobre os principais documentos oficiais parametrizadores do currículo de Língua Portuguesa, como os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa 3º e 4º ciclos (PCN´s), a Base Nacional Comum Curricular Anos Finais de Língua Portuguesa (BNCC) e o Currículo de Língua Portuguesa do Município do Rio de Janeiro, incursão cuja finalidade foi observar como é tratamento do componente gramatical nesses documentos. Em seguida, foi proposta uma unidade didática que objetiva integrar os três eixos do ensino de gramática já referidos, oferecer uma visão apurada e ampla sobre o tema, instrumentalizando seu público-alvo sobre o fenômeno em estudo, por meio da abordagem reflexiva. Os dados por ora já investigados foram os documentos oficiais. Os resultados mostram que os documentos não negligenciam o trabalho com o componente gramatical nas aulas de Língua Portuguesa, defendem o uso da metalinguagem com parcimônia e pontuam o trabalho com o componente da futuridade verbal no ensino. A próxima etapa consiste em investigar o comportamento das duas formas variantes de futuro no contínuo proposto por Bortoni-Ricardo (2006).

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O PROCESSO DE CATEGORIZAÇÃO DOS PALAVRÕES NO DISCURSO

José Augusto da Costa Quintanilha (Mestrando – UFF)

 

Ao longo do tempo, os palavrões vêm sendo usados em situações comunicativas com os mais diversos sentidos e funções. Anteriormente, era possível perceber que seu principal papel era ofender, porém, com as transformações sofridas pela língua portuguesa, novas possibilidades de uso têm sido encontradas. O termo que era utilizado com uma palavra com carga pejorativa pode ser visto quantificando um elemento ou, até mesmo, intensificando. O presente trabalho tem como objetivo investigar em postagens, chamadas tweets, ocorrências nas quais os palavrões podem exercer função de adjetivo, advérbio ou pronome indefinido, analisando o seu processo de categorização e a composição em que se encontram. A fim de delimitar a pesquisa, será observado o comportamento de três expressões: caralho, porra e puta. Para isso, terá como fundamentação teórica o conceito de categorização proposto por Gercina Lima (2010), além das visões funcionalistas de classes de palavras propostas por Maria Helena de Moura Neves (2000) e José Carlos Azeredo (2014). Serão coletadas 45 ocorrências publicadas na rede social Twitter, sendo 15 exemplos de cada termo, no entanto, os modelos serão examinados de acordo com sua frequente ocorrência a fim de mostrar as categorias gramaticais das quais as expressões podem fazer parte e que efeito de sentido são produzidos.

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QUE SE #@$%! A CONVENÇÃO SOCIAL: DESMISTIFICANDO O USO DO PALAVRÃO NO AMBIENTE ESCOLAR

Rogério Alexandre das Dores (Especialização - Universidade Federal de São João del - Rei / MG)

Paulo Henrique Caetano (Prof. Dr. UFSJ - orientador)

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Sabemos que nossos estudantes conhecem expressões vulgares e palavrões em seu idioma devido ao contato que têm com os mesmos em sua vida diária e, em muitos casos, querem ampliar seu conhecimento nessa área. Porém, eles não aparecem nos livros didáticos e alguns professores têm receio ao tratar o assunto em suas aulas. Acredita-se que esse tipo de linguagem não é apropriado para ser trabalhado no ambiente escolar e, quase sempre, é relacionada ao público periférico que recebe várias denominações pejorativas. No entanto, esse aspecto não é vivenciado somente em meios constituídos por personagens em situação de pobreza e periferia, especialmente os negros, geralmente detentores de variantes linguísticas de menor prestígio. Mas, o que pudemos comprovar após a reunião ministerial do dia 22 de abril de 2020 prova o contrário, quando palavrões foram amplamente utilizados pelos ministros de estado e presidente. O SLAM, um gênero literário que deve ser trabalhado como tantos outros, é uma batalha poética que serve como um encontro entre jovens periféricos e também para demonstrar suas inquietudes relacionadas ao sistema e as mazelas por eles enfrentadas. Ou seja, é uma ferramenta de uso coletivo para a organização política. É preciso estimular para que os estudantes conheçam e se apoderem da história dessa batalha, e apresentar materiais audiovisuais que auxiliem um debate sobre o uso da linguagem coloquial frente à norma padrão e a rápida decodificação da mensagem que se encontra nas temáticas ali tratadas. Ademais, pode-se dar mais incentivo a uma criação artística mais crítica dos participantes, estabelecendo diálogos com a dinâmica social. Esse trabalho se apoia nas Leis 11.639/2003 e 11.645/2008, e em autores como Berth (2019) Carneiro (2011), Couto (2007), Gomes (2003), Hall (1997), Hall & Mellino (2011) e Munanga (1999), para discutir, profundamente, sobre o racismo e o preconceito (linguístico, racial e social).

 

 

A EXPRESSÃO DO ASPECTO CURSIVO A PARTIR DA CONSTRUÇÃO [POR X TEMPO]

Mara Cristina Machado Ladeira Martins (Mestranda – UFF)

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Esta pesquisa visa a descrever a construção [POR X TEMPO], em que X é um slot preenchido pelos pronomes muito, tanto, pouco e algum. Trata-se de um subesquema que contribui para a expressão do aspecto verbal cursivo, cujos sentidos são ora mais ora menos durativos, a depender do elemento que ocupa o slot X. Os dados iniciais da pesquisa evidenciam que as construções [POR POUCO TEMPO] e [POR ALGUM TEMPO] fazem parte da subcategoria menos durativo, e, por conseguinte, marcam uma ação de curta duração, ainda que [POR ALGUM TEMPO], a depender do contexto, possa ser interpretado de outra forma. A subcategoria aspectual mais durativo é representada pelas construções [POR TANTO TEMPO] e [POR MUITO TEMPO], que marcam uma ação de longa duração. Nossa hipótese é que os adverbiais modificam ou reiteram o valor aspectual presente nos verbos, portanto, a resultante aspectual não considera apenas a forma verbal, mas também outros elementos das predicações, em especial os adverbiais. Utilizamos como referencial teórico a Linguística Funcional Centrada no Uso (OLIVEIRA e ROSÁRIO, 2015; CUNHA, 2017; CROFT e CRUSE, 2004; LANGACKER, 2008). Os dados utilizados são extraídos do Corpus NOW, do site Corpus do Português (www.corpusdoportugues.org). Foram selecionadas 100 ocorrências de cada construção. A metodologia adotada é quali-quantitativa, portanto, nos importa, também, a frequência de uso de tais construções. Até o presente momento, os resultados evidenciam a diferença entre a duração expressa pelas duas subcategorias aspectuais, revelada inclusive nos quantificadores. Observamos, também, que a construção [POR ALGUM TEMPO] pode apresentar diferentes conotações a depender do contexto. Orientador: Monclar Guimarães Lopes.

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