top of page

SESSÃO 7

Professor Coordenador: Adriana Rebello (UFF)   

Link do Google Meet: clique aqui

 

         

PRODUÇÃO TEXTUAL PARA O ENEM EM TEMPOS DE PANDEMIA

Cristiane Saraiva Bonifácio (Mestrado - UFRRJ)

O presente trabalho investigativo, em fase incipiente, refere-se a um anteprojeto de pesquisa, de cunho qualitativo com viés quantitativo, cuja finalidade é concorrer a uma vaga no curso de mestrado acadêmico em Estudos de Linguagem, ofertado pelo departamento de Letras da Universidade Federal Fluminense, tendo como objeto da investigação a produção textual, no contexto da educação popular, em tempos de pandemia. O estudo em questão tem como objetivo elencar algumas estratégias, com uso de tecnologias digitais, para ministrar aulas de redação a alunos, oriundos de um curso preparatório-comunitário, os quais participarão do Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM. No tocante ao método, trata-se de uma pesquisa-ação, que pretende identificar, por meio de entrevistas semiestruturadas, as principais dificuldades de um grupo de estudantes, os quais serão os sujeitos da pesquisa, no que diz respeito a elaboração de redações destinadas a atender aos critérios estabelecidos pelo ENEM. A partir da identificação de tais dificuldades, serão apresentadas as estratégias mencionadas acima, através de videoaulas, videoconferências, fóruns de discussão etc., buscando-se a melhoria contínua do aluno para obtenção da nota máxima na prova em questão. Nesse contexto, serão discutidos pontos relevantes, tais como a importância do planejamento, da intenção do estudante ao produzir o texto, da aceitação dessa produção por parte da banca examinadora do ENEM, da situacionalidade, do que será informado , além da intertextualidade, ou seja, de que maneira esse texto dialoga com outras áreas de conhecimento. Em relação ao referencial teórico básico, o estudo será embasado nas pesquisas de Bakhtin (2003), Barthes (2010), Charaudeau (2005), Freire (2006), Lévy (1996), dentre outros.

LINGUÍSTICA FORENSE E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: POSSÍVEIS APROXIMAÇÕES

Welton Pereira e Silva (Doutorado – UFRJ)

Neste trabalho, temos por objetivo tecer algumas considerações e reflexões acerca da possibilidade de conceitos advindos da Linguística Forense contribuírem para o trabalho docente no ensino de língua portuguesa, nomeadamente no que concerne ao gênero redação do ENEM. Para isso, apresentamos o que a cartilha do participante do ENEM 2019, disponibilizada recentemente ao público, aponta sobre o emprego de violência verbal e como penalizar tal ação. Nosso estudo será respaldado, dentre outros, por alguns pesquisadores da linguística forense, como Shuy (2005), Sousa-Silva e Coulthard (2016) e Silva (2020), bem como por teóricos do texto e do discurso, como Koch e Elias (2006), Charaudeau (2008) e Marcuschi (2008) . Na redação do ENEM, caso o candidato, aluno concluinte do ensino médio, faça uso de impropérios e palavrões, terá sua redação anulada, recebendo a nota zero. De igual modo, se ele elaborar uma proposta de redação que vá contra os Direitos Humanos, terá sua nota na competência cinco zerada. Assim, consideramos que essas normativas quanto à produção da redação do ENEM dialoga com alguns preceitos advindos da Linguística Forense, pois também consistem em um tipo de legislação acerca do fazer linguístico. O emprego de palavrões e a proposta de intervenção que vá contra os Direitos Humanos podem consistir em violência verbal, o que, em último grau e em determinados casos, poderia ser considerado um crime de linguagem (SHUY, 2005), sendo tidos como discursos criminalizáveis (SILVA, 2020). Na medida em que o ensino fundamental deve favorecer e permitir a emancipação crítica dos alunos, a Linguística Forense pode contribuir sobremaneira, fornecendo respaldo teórico ao docente de língua portuguesa para que possa trabalhar tais aspectos com os estudantes. 

UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA NA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA: REPRESENTAÇÃO HISTÓRICA FEMININA NEGRA EM UM JOGO DE CARTAS UTILIZANDO A LINGUAGEM DO CORDEL

Lillian Salatini Mauricio Rodrigues (Mestranda – Unesp - SP)

Vagner Sérgio Custódio (Prof. Dr. Unesp - campus Araraquara)

 

Este artigo teve como objetivo analisar como o docente pode utilizar a representatividade de mulheres da história brasileira como estratégia metodológica que pode contribuir para minimizar os impactos causados pelos preconceitos étnico-raciais e os comportamentos estereotipados limitantes para os papeis de gênero. Esse trabalho teve como hipótese de que levando a representatividade feminina ao ambiente escolar as desigualdades entre os gêneros podem ser minimizadas na medida em que ocorre o reconhecimento e a identificação com o protagonismo feminino em importantes momentos históricos brasileiros, comumente relacionados apenas ao gênero masculino. A metodologia utilizada abordou a história de quinze personagens históricas retratadas no livro Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis, escrito por Arraes (2017), por meio de um jogo de cartas com recurso de áudio, com narração artística dos cordéis, inserido por QR code, atividades correlacionadas e observação chegando ao resultado de melhoria da autoestima e autoimagem dos discentes e do desempenho escolar dos alunos, concluindo que o preconceito, os papeis limitantes de gênero e a baixa autoestima são fatores associados ao baixo desempenho escolar e a distorção da imagem corporal.

 

 

DIÁLOGOS INTERCULTURAIS CRÍTICOS E ANTIRRACISTAS

Rubens Lacerda de Sá (Prof. Dr. IFSP - SP)

 

Este trabalho é resultante de algumas reflexões de um projeto de iniciação científica que enfocou a necessidade de se estabelecer um diálogo na discussão de uma educação intercultural crítica e antirracista. Parto do que prevê a Lei 10.639/03 que trata da obrigatoriedade do ensino da cultura e história africana e afro-brasileira e a educação para as relações étnico-raciais. Abordo aqui possibilidades e entraves da aplicação da lei em tela no ensino-aprendizagem de língua portuguesa no ensino médio com vistas à contribuição para o repensar Políticas linguísticas que tratem do desenvolvimento mais amplo dessa questão. A discussão é proposta a partir da análise de livros didáticos da área em pauta. Tal análise baseia-se no ferramental metodológico da Análise de Discurso Crítica, segundo Fairclough (2012). Qualitativo, este trabalho se alinha aos conceitos de Ferreira (2012) e Munanga (1996) referente à Educação Antirracista. Lucchesi (2009) e Castro (2006) oferecem uma contribuição no que tange à influência da cultura africana na construção da língua portuguesa. Quanto ao teor intercultural crítico, este estudo é perpassado pelas perspectivas de Canclini (2015), Bhabha (2013), Anzaldúa (2012), Walsh (2009), Fanon (2008) e Hall (2008; 2005). Algumas das (infelizes) constatações apontaram para a continuidade de uma lógica colonialista, ideológica e de branqueamento velado. Embora incipiente, o projeto indicou a necessidade de pesquisas adicionais sob o viés temático em tela com vistas à uma proposição interventora e pensando na reconfiguração da práxis pedagógica.

bottom of page